Partir por um mês, por um ano, voltar a Portugal e continuar em terras lusas a fazer voluntariado. Esta é uma realidade sobre a qual Ricardo Perna, da Fundação Evangelização e Cultura - FEC -, reconhece não haver dados. O factor pessoal é determinante nesta escolha de dar ou não continuidade a um projecto de voluntariado, porque a experiência pode não correr bem, “pode ser apenas encarada como um pequeno período da sua vida”, exemplifica. “Mas há de tudo um pouco” e em número “suficiente para garantir o funcionamento das ONG’s”.
O voluntariado é encarado como um momento da vida “que pode passar ou não”, dependendo das motivações e da vida pessoal. Apesar deste quadro, “existe uma maior sensibilidade hoje para as questões do voluntariado e da cooperação”, uma identificação com as “necessidades de quem sofre”, seja dentro ou fora das fronteiras portuguesas.
Por isso mesmo, a Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento - ONGD -, é solicitada para sessões de apresentação acerca do voluntariado de cooperação, que engloba voluntariado missionário, ajuda de emergência, voluntariado empresarial. A sessão tem o objectivo de apresentar às pessoas o que existe e a capacidade de respostas, para que com informação “as pessoas possam optar de acordo com a área e contactar directamente as ONGD”.
A primeira sessão de apresentação decorreu em Outubro passado, em Lisboa. Agora, rumaram a Coimbra para dar resposta às solicitações e dúvidas que surgem quanto ao voluntariado para a cooperação. Chegar onde haja pessoas “vocacionadas” para viver esta experiência, independentemente da duração. “A vocação relaciona-se intimamente com as motivações pessoais”, surgindo sempre “de um apelo interior” e de uma motivação de “solidariedade”, explica Ricardo Perna, representante da FEC na sessão.
A organização reconhece a “muita vontade em fazer voluntariado”, mas pouco conhecimento do que é preciso, “nomeadamente acerca do tempo de preparação e formação”, específica de cada organização e projecto.
Essencial nas apresentações é dar voz pessoal aos projectos e iniciativas. Em Coimbra os testemunhos centraram-se na apresentação das diferentes áreas do voluntariado para a cooperação entre eles a ajuda humanitária de emergência, as experiências de voluntariado “que vão desde um mês a dois anos”, o voluntariado entre adultos e também o voluntariado empresarial.
Na cidade dos estudantes a “adesão não correu conforme o esperado”. O público estudantil, “maior campo onde o voluntariado ganha eco”, mostrou-se “aquém do esperado”. Mas o entusiasmo não esmoreceu com o número de participantes na sessão. No final do encontro uma feira do voluntariado permitia obter informações mais detalhadas junto, precisamente, das ONGD.
Recorde-se que a Plataforma Portuguesa das ONGD reúne cerca de 50 organizações portuguesas que apoiam o desenvolvimento. Em 2005, a plataforma constitui um grupo de voluntariado, a que a FEC pertence e onde participam também diversas instituições que trabalham em áreas diferentes do voluntariado, entre elas a OIKOS, os Leigos para o Desenvolvimento, Médicos do Mundo e Sol Sem Fronteiras.
Notícia para ler aqui.
3 comentários:
A generosidade é sempre de elogiar. Deixo aqui uma sugestão. Além da ajuda directa a pessoas, pode também encarar-se a ajuda indirecta, como a defesa do ambiente, na prevenção através do esclarecimento e do alerta para medidas preventivas, do estudo daquilo que interessa preservar na Natureza (só se defende aquilo que se ama, e só se ama aquilo que se conhece). Estamos perante o início dos fogos florestais, o que podemos fazer para os evitar ou reduzir a sua quantidade e para que não tenham consequências tão graves?
É um tema prático de interesse muito sensibilizante.
Um abraço
Olá,
É de sempre de louvar estas iniciativas generosas e altuístas, por parte dos jovens portugueses.
Como acredito nos jovens e na sua entrega ao bem comum. Irei com muito gosto colocar o vosso link no meu blog.
Bem Hajam!
Um abraço
Caro A. João Soares,
Obrigada pela sua colaboração neste blogue.
Relativamente ao que nos propõe temos a dizer o seguinte: no início deste blogue foi nosso objectivo, tal como consta do "Propósito" do mesmo «promover e divulgar o Voluntariado Social, enquanto actividade que, através da Solidariedade, do Respeito e da Ajuda, vá ao encontro do Outro, procurando construir uma Sociedade mais justa, humana e solidária». Assim foi porque, depois de alguma experiência (ainda que pouca!), no Voluntariado, demos conta de que falta promover uma relação mais humana entre as pessoas. De facto, no início, tínhamos pensado em dar a conhecer actividades de voluntariado que promovessem a protecção ambiental com actividades como a protecção florestal e animal. Dado que estas actividades não constituem a ajuda directa às pessoas, como o A. João Soares, acabou por citar, não a incluímos. Acabámos por incluir, apesar de tudo, notícias e "links" que dissessem respeito, por exemplo, à Campanha "Tampinha Amiga" ou à Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome por ajudarem pessoas, ainda que indirectamente.
Tendo nós ponderado, segundo o nosso propósito, a sua proposta, decidimos acatá-la, quer publicando notícias sobre a protecção ambiental, quer em "links" que ficarão sinalizados do lado direito do blogue como "Outras Actividades de Voluntariado".
Como desde o início dissemos, «Acreditamos no Voluntariado e no que ele tem de melhor para ajudar o Outro. Queremos ser uma Nova Geração para o Voluntariado.», «Olhamos o Mundo com um Novo Olhar.» Esperamos, desta forma, poder ajudar a difundir o Voluntariado, tendo sempre como centro da nossa atenção o que nos move, as pessoas, o Outro.
Volte sempre. Continuamos abertos a sugestões e a discussões construtivas e úteis.
Um abraço,
Liliana
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