O profissionalismo tornou mais importante do que nunca na área de meio ambiente. O que antes era apenas trabalho de voluntários, transformou-se gradativamente em trabalho formal, que exige profissionais gabaritados. Bauru tem pelo menos 20 projetos de educação ambiental e a expectativa é multiplicar as ações nos próximos anos, numa luta contra o aquecimento global. São projetos como o implantado no Ferradura Mirim em 1995, exemplo de persistência. A ação é voltada para crianças e adolescentes, de 7 a 14 anos. Os participantes aprendem, desde o início das atividades, que cuidar da natureza é atividade para a vida toda. Muitos deles pensam em transformar o que aprendem em profissão.Hoje, o representantes de ONGs e entidades de meio ambiente participarão do “1.º Encontro de Iniciativas Socioambientais das Bacias do Tietê-Jacaré e Tietê-Batalha”, no Teatro Veritas, na Universidade do Sagrado Coração (USC), das 8h às 17h. A necessidade de profissionalização dos projetos ambientais será um dos assuntos discutidos.Passar de aluno para voluntário e, finalmente, um profissional do ramo é o caso de José Alexandre Nunes da Silva, 18 anos. Ele chegou ao projeto no Ferradura Mirim, desenvolvido pela USC, no Centro de Ações Sócio Educativas Irmã Adelaide, em 2000 e freqüentou aulas de educação ambiental e esportes. Anos depois, foi contratado como professor. “É um orgulho pensar que passei de aluno para funcionário. Conto minha história para estimular os alunos”, diz.Desde o começo do ano, Diego Araújo, 14 anos, tem aulas no mesmo projeto. Aprendeu como se faz uma horta e a cultivar verduras. Já usou a experiência para começar uma horta na sua casa. “Já plantei cebolinha. Quando crescer, minha mãe vai usar para fazer comida”, explica. O garoto ainda não decidiu que profissão vai seguir, mas não descarta a possibilidade de trabalhar na área de meio ambiente.Desde cedo, os alunos descobrem que para atuar na áreas vão precisar muito mais do que o amor pelo meio ambiente. Aluna do projeto no Ferradura Mirim, Keity Kaoma Aparecida Inácio da Cruz, 12 anos, aprendeu que ter paciência é fundamental. Ela ajudou a plantar uma muda de pau-brasil em setembro do ano passado, mas o trabalho não se limitou apenas ao plantio. Todos os dias, a garota precisa afofar a terra, colocar adubo e finalizar o trabalho regando a muda com água. Meses depois, a pequena árvore já tem alguns centímetros. Mas a menina não desanima de seu ideal. “Quero que a árvore fique maior do que eu”, conta.O educador social responsável pelo projeto de educação ambiental na entidade, Vinicius Benites Alves, é estudante de biologia. Ele começou o trabalho como voluntário e agora é contratado. Conta que os alunos se orgulham de ajudar a cuidar das árvores plantadas no local e da horta. O próximo objetivo deles é ter mudas suficientes no viveiro da entidade para plantar no córrego Água Limpa, que fica próximo do local. Apesar do nome, o córrego está com as águas poluídas. As árvores plantadas nas margens ajudariam a diminuir o assoreamento, já que iria diminuir a quantidade de terra que cai dentro do córrego. “O que os alunos aprendem nas aulas teóricas e práticas, procuram aplicar em seus lares”, orgulha-se o educador. O projeto recebe verba da prefeitura, pela Secretaria de Bem-Estar Social de Bauru (Sebes).
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EncontroO “1.º Encontro de Iniciativas Socioambientais das Bacias do Tietê-Jacaré e Tietê-Batalha”, promovido pelo Instituto Ambiental Vidágua, de Bauru, e o Instituto Pró-Terra, de Jaú, que será realizado hoje, tem o objetivo de reunir os trabalhos em educação ambiental dos 70 municípios da região. O evento conta com o apoio do deputado federal José Paulo Toffano. Para contribuir nas discussões, o deputado Fernando Gabeira também participará.O evento é gratuito, mas há necessidade de fazer inscrição. As inscrições devem ser feitas no Instituto Vidágua. O telefone de contato é 3281-2633. Mais informações também pelo e-mail contato@vidagua.org.br.
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