21/08/07

Reforço da presença da AMI na ilha Terceira - Nova sede para breve



Assistência Médica Internacional, AMI, é uma organização não governamental portuguesa. Fundada por Fernando de La Vieter Ribeiro Nobre, faz já 20 anos, encontrou no modelo estrutural e de funcionamento dos “Médicos sem Fronteiras”, MSF, a sua base de inspiração.

Fernando Pereira


O fundador e ainda presidente da instituição colaborou nos MSF, chegando mesmo a lançar a secção belga dessa ONG.A AMI é uma organização genuinamente portuguesa, que assenta a sua intervenção em três pilares: intervenção internacional, intervenção nacional e o terceiro um conceito missão baseado no “alertar de consciências”.

A nível internacional, a AMI faz um trabalho extenso e interventivo. As missões mais conhecidas são sempre as de “emergências”, quer sejam em crises de catástrofes naturais, quer sejam em crises despoteladas pelos imensos conflitos existentes no mundo. Existem também as missões de desenvolvimento, onde os membros voluntários da AMI fazem um trabalho vital para a reestruturação dos países em causa. Ajudam na construção ou reconstrução de hospitais e centros de saúde, desenvolvem campanhas de vacinação, assistência materno-infantil e de nutrição, e principalmente ajudam à formação de quadros locais nas áreas da saúde, educação para a saúde e saneamento.Por fim, como não podem estar em todo o lado, dão ainda apoio financeiro a outras organizações não governamentais para desenvolvimento de projectos semelhantes.


Intervenção nacional

Em Portugal, a AMI baseia grande parte dos seus esforços no campo da acção social. Um grande número de voluntários trabalha de forma incessante em variadíssimos projectos. Um dos mais interessantes é o “Porta Amiga”, um projecto que tem já oito centros em funcionamento. São locais de luta directa contra a pobreza, onde quem por lá passa tem ao dispor os mais básicos e essenciais serviços. O servir de refeições, e são já cerca de 400 por dia, um serviço de atendimento médico e de enfermagem, distribuição de medicamentos, unidades balneárias e lavagem de roupa, centros de apoio jurídico e psicológico, zonas de distribuição de roupa, formação profissional, centros de OTL e de prevenção á exclusão social, clube de emprego, aulas de português para estrangeiros e de alfabetização.Outros programas desenvolvidos pela AMI no território nacional são os de apoio a domicílio, onde são distribuídas refeições a pessoas que não conseguem confeccionar as mesmas, criação de abrigos nocturnos e de equipas de rua, de apoio a pessoas sem abrigo.


Delegação da Terceira

Inicialmente considerado um núcleo, actualmente promovida a delegação, iniciou a sua actividade na ilha Terceira em 2002. Ana Mendes, enfermeira de profissão e responsável da delegação da Terceira, mostra a satisfação com estes cinco anos de trabalho na ilha: “ é uma experiência recompensadora trabalhar para a organização. As pessoas da ilha participam imenso nas nossas campanhas e a isso gratifica o esforço que por cá fazemos”.A laborar na Rua Carreira dos Cavalos, em Angra do Heroísmo, a delegação passa por um momento de transição e ampliação de tarefas. As novas instalações vão permitir uma maior intervenção social para com os habitantes da Terceira, bem como uma maior concentração de esforços no apoio às diversas campanhas desenvolvidas em paralelo com a AMI Lisboa. No arquipélago dos Açores existem apenas dois hospitais centrais de referência (na ilha de São Miguel e na ilha Terceira), não existindo estruturas que dêem resposta à necessidade de alojamento das famílias carenciadas, que se deslocam à ilha Terceira para acompanhar os seus familiares a consultas médicas pré e pós-operatórias ou durante internamentos hospitalares.Para dar resposta a esta necessidade, a AMI adquiriu um imóvel que comportará quatro quartos, cinco casas de banho (uma para deficientes), uma cozinha/lavandaria, dois gabinetes de apoio, uma sala de jantar, uma sala de estar (sala lúdica para crianças) destinadas ao seu alojamento, bem como do familiar que as acompanha, e apoio psicológico às crianças. Este projecto foi apoiado pelo Governo Regional dos Açores, e foi oferecido à AMI pelo arquitecto terceirense João Monjardino. Tem um custo orçamentado total de 532 mil euros.Entretanto a actividade na ilha não pára. Para além de continuar no constante processo de recrutamento de voluntários para a causa AMI, a delegação desenvolve algumas importantes campanha, “continuamos com os nossos centros de recolha de consumíveis informáticos e telemóveis, com intuito de reciclar e angariar fundos, participamos na recolha de radiografias usadas, fazemos a venda directa de produtos AMI nas nossas instalações, e mais recentemente a venda do “kit salva-livros”, onde a AMI beneficia de 1 euro por cada kit vendido”, explica Ana Mendes.Os agradecimentos são dirigidos a todos os quanto ajudam a delegação da Terceira, mas a responsável pela delegação destaca alguns: -“ temos que agradecer à força aérea que é incansável no apoio logístico de transporte para Lisboa das doações que recebemos e a todos os voluntários que dedicam muito do seu tempo ao trabalho comunitário”.

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