31/10/07

Para ouvir não é preciso falar

Grupo conta com mais 13 voluntários para servir os doentes. Apoio nas refeições é a faceta mais visível de um trabalho de amor.
“Podemos não dar muito, mas o toque na mão de um doente fragilizado vale mais do que um ramo de rosas”. As palavras são de Ana Rosa Silvestre, de 69 anos, que em tempos foi professora e que há 27 anos fundou o Grupo de Voluntariado do Hospital de Matosinhos (hoje denominado Pedro Hispano).
O espírito de voluntária acompanhou-se desde sempre. “Uma tendência que já vinha dos meus avós”, conta. Os voluntários existem para servir. Quem, por qualquer motivo, visita o Hospital Pedro Hispano repara nas senhoras vestidas com uma bata cor-de-rosa que dão o que são e o que têm sem esperar nada em troca: contar uma graça para arrancar um sorriso, transmitir uma palavra amiga, dar um sinal de esperança, proporcionar algum conforto, ajudar na alimentação ou simplesmente ouvir sem ser preciso falar para completar um diálogo. Na passada quinta-feira, o Grupo de Voluntariado assinalou os 27 anos de vida com uma sessão solene no auditório do Hospital Pedro Hispano.
13 novos voluntários
A juntar aos cerca de 90 voluntários (ainda que nem todos estejam no activo simultaneamente), estão mais 13 que receberam os respectivos cartões de identificação: Ana Filipa Martins, Tânia Elisabete Braga, Marta Pinto Monteiro, Maria José Oliveira, Elvira Lemos Melo, Laurentina Vieira, António José Martins, Sandra Maria Dias, Joana Filipa Cândido, Maria do Céu Araújo, Jorge Manuel Silva, Bárbara Tavares e Olga Maria Pinto.Joana Filipa Cândido, de 25 anos, é técnica de laboratório e vive em Matosinhos. Recebeu agora o cartão de identificação de voluntária: “sempre gostei muito de ajudar os outros. Já sou catequista numa paróquia e foi sempre um sonho ser voluntária”. Uma das tarefas que desempenha é o apoio nas refeições (almoços e jantares), uma experiência que considera bastante gratificante: “sinto uma enorme gratidão e carinho por parte dos doentes. É uma satisfação muito grande quando eles comem”.
Quem quiser ser voluntário no Hospital Pedro Hispano terá que se sujeitar primeiro a uma entrevista (às quintas-feiras nos meses de Janeiro e Fevereiro). Caso seja seleccionado, terá que fazer um estágio a partir de Março. Até Agosto será acompanhado por um formador e em Setembro terá a experiência de “trabalhar” sozinho. Em Outubro saberá se fica ou não no Grupo de Voluntariado.A idade mínima é 16 anos. Neste momento, o elemento mais velho tem 85 anos.
No 27º aniversário do Grupo de Voluntariado do Hospital Pedro Hispano foram igualmente homenageadas seis das mais antigas voluntárias: Joaquina Pinto, Ana Maia, Alzira Correia, Deolinda Moreira, Emília Marques e Isabel Beleza.
Maria Clara Lago, responsável pelo Serviço Social e coordenadora do Voluntariado do Pedro Hispano, deu as boas-vindas aos novos voluntários e elogiou a ajuda preciosa no dia-a-dia, principalmente na hora das refeições: “os doentes agradecem. O hospital agradece. É muito importante a vossa ajuda e a vossa acção”.
Quem também marcou presença na cerimónia foi o presidente da Liga dos Amigos do Hospital Pedro Hispano. Ferreira Pinto salientou que “hoje em dia, em que nada é oferecido, há determinadas coisas que o dinheiro não paga” e deu como exemplo a disponibilidade dos voluntários, essencial para a “humanização dos serviços de saúde desta casa”.
De resto, Ferreira Pinto anunciou que em finais de Novembro será lançado o primeiro número de uma revista sobre o trabalho da Liga dos Amigos do Hospital Pedro Hispano e do grupo de voluntariado.Para dia 17 de Novembro está previsto um espectáculo no Centro Paroquial de Matosinhos com dois objectivos: angariar fundos e dar uma maior visibilidade ao trabalho desenvolvido pela Liga. Uma iniciativa que deverá repetir-se futuramente em todas as freguesias do concelho de Matosinhos.
No final da entrega dos cartões de identificação aos novos voluntários e da homenagem a seis voluntárias, realizou-se uma missa comemorativa na capela do hospital.
Notícia daqui.

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