A luta contra a pobreza, hoje em dia, é um dos grandes combates da humanidade. Com a globalização económica, pensava-se que as assimetrias sociais seriam facilmente esbatidas mas na realidade elas têm-se agudizado.
José Gaspar Lima*
O neoliberalismo que inundou quase todo o Globo, tem provocado por um lado uma aceleração económica de alguns países e autênticos desastres em outros que não estavam preparados para receber tão repentinas mudanças.
Infelizmente ao desenvolvimento económico provocado pela globalização, não correspondeu uma melhor repartição da riqueza criada, mas bem pelo contrário, assiste-se cada vez mais a um crescente número de excluídos e marginalizados do sistema. Constata-se ainda o enfraquecimento da classe média em alguns países e ao seu quase desaparecimento em outros.
A riqueza tem-se concentrado cada vez mais e a pobreza tem-se expandido sem que apareçam mecanismos democráticos que atenuem essas assimetrias. Cada vez se acredita mais no mercado como regulador de toda a actividade económica e social e assim se vai permitindo o alargamento das desigualdades.
A democracia tem-se esquecido de criar mecanismo, que contrariem pelo menos essa tendência e com o generalizar da revolução tecnológica vamos ter de enfrentar taxas de desemprego, que obrigarão a mudanças estruturais profundas.
O conceito de pobreza pode ser entendido de diversos modos:
- Como carência material; envolvendo as necessidades básicas do quotidiano como alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde.
A pobreza afecta uma grande parte da população no mundo, enquanto várias pessoas vivam com muito, outros vivem com menos de um euro por dia ou até sem nada, procurando a sobrevivência naquilo que a sociedade de consumo desperdiça. Falta de recursos económicos; nomeadamente a carência de rendimento ou riqueza.
Carência Social; como a exclusão social, a dependência e a incapacidade de participar na sociedade incluindo a educação e a informação.
Carência energética para mudar o que não pode ser mudado, falta de auto estima, baixa espiritualidade.
As causas de pobreza resultam de um conjunto de factores, tais como:
Factores Políticos; corrupção, inexistência ou mau funcionamento de um sistema democrático, fraca igualdade de oportunidades.
Factores Económicos; exploração dos pobres pelos ricos.
Factores Financeiros; como sistema fiscal inadequado, representando um peso excessivo sobre a economia ou sendo socialmente injusto.
Factores Sócio-culturais; reduzida instrução, discriminação social relativamente ao género e à raça, valores predominantes na sociedade, exclusão social, crescimento muito rápido da população.
Factores Naturais; desastres naturais, climas ou relevos extremos.
Problemas de saúde; pandemias, drogas ou álcool, doenças mentais, doenças da pobreza como sida malária, deficiências físicas.
Factores históricos; colonialismo, passado de autoritarismo político e por último o factor insegurança; guerras, genocídio e crime.O facto de haver um elevado número de pobreza no mundo, leva a que esta tenha inúmeras consequências sobre a população.
Fome, baixa literacia, baixa esperança média de vida, doenças, elevada criminalidade, falta de oportunidades de emprego, carência de água potável e de saneamento, emigração, maiores riscos de instabilidade política e violência, existência de discriminação social contra grupos vulneráveis, existência de pessoas sem abrigo, tráfico de pessoas, prostituição, depressão e adição a álcool e drogas são muitas das consequências da pobreza por todo o mundo e por todas as sociedades que nos rodeiam.
O combate à pobreza é considerado um objectivo social e geralmente os governos dedicam-lhe uma atenção significativa.
Mas é também através das relações sociais que são nesse caso consideradas como um elemento chave, que podemos compreender a pobreza, que é considerada um problema para lá da economia.
Os dez anos de governação Socialista na Região Autónoma dos Açores, trouxe nesta área mudanças significativas, investindo em programas e acções que vieram melhorar e erradicar problemas sociais que existiam na nossa região a nível de habitação, exclusão social, emprego, educação, na criação de melhores cuidados de saúde, etc.
Todos nós em conjunto com o governo e as entidades responsáveis podemos procurar medidas para melhorar o ambiente social e a situação dos pobres.
Estas medidas podem começar, pelo encorajamento à participação política, à colaboração comunitária e também passar por fazer trabalho social e voluntário.
O voluntariado é um fenómeno imprescindível para uma sociedade que se quer solidária e não apenas de competição e concorrência, sendo o voluntariado a marca, por excelência dos laços sociais, livres e coerentes, como uma grande resposta às diversas e constantes necessidades existentes na sociedade actual que isola, marginaliza e excluiu, mas também deve inserir, reencontrar e reparar.
Ser voluntário é contribuir para a humanização da vida e ao mesmo tempo a melhoria da sociedade no geral, criando e produzindo novos valores e práticas harmoniosas, para transformar o mundo em que vivemos num lugar melhor.
Na época que atravessamos, onde, a informática e o desenvolvimento tecnológico cada vez mais cria relações virtuais, o voluntariado traz aos homens e mulheres do nosso tempo uma proximidade mais fraterna e que através da boa vontade em todos os dias da sua vida, com disponibilidade e descrição exercem as suas competências a favor de um mundo melhor, tentando acabar com este grande flagelo que a todos nós preocupa a pobreza.
Não podia deixar de referir que, as politicas implementadas neste sector, pelos Governos do PS nos Açores, são e continuaram a ser as políticas de crescimento, de desenvolvimento e de continuação da melhoria de vida de todos os Açorianos, continuando sempre, mas mesmo sempre a mudar os Açores para melhor.
*Presidente da Junta Freguesia de São Mateus da Calheta (Publicado aqui.)
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