03/08/07

Uma Missão para todas as idades

O Verão oferece experiências missionárias que se transformam em percursos interiores de descoberta.

Tempo de Verão, tempo de férias. É uma verdade para uns, mas que vai mudando. O número de voluntários que partem em missão assim o dita. Jovens estudantes, jovens licenciados, mais velhos e mais novos, procuram viver uma experiência, que passando de boca em boca, vai contagiando e enviando portugueses para terras de missão.
Pela primeira vez parte Jefrey Capitão. Tem 19 anos e dia 8 de Agosto parte rumo a Cabo Verde. Junta-se a mais oito jovens, da Apúlia, Esposende, para uma experiência de 21 dias.
“Achei que era uma boa altura para expandir os meus horizontes da fé e partilhá-la num país africano”. O projecto em Pedra Badejo, na Ilha de Santiago, foi já iniciado por outros jovens. Por isso, dando continuidade, vão trabalhar em várias tarefas. Jefrey, particularmente, vai ensinar música, outros vão trabalhar em ateliers com crianças.
Antes da partida, os jovens que repetem a experiência partilham “a alegria das crianças”, refere. A expectativa de uma nova cultura, muito diferente de Portugal não o assusta. “Se respeitar as pessoas, acredito que tudo correrá bem”.
Está prestes a realizar um sonho. “Este trabalho é fundamental para qualquer pessoa”. No regresso “espero vir mais aberto, mais desperto e ter crescido na fé” e poder partilhar a experiência com outros.
Outra experiência tem Ana Laura Guedes. Em 2000 partiu para uma pequena experiência de voluntariado. Na altura, ainda trabalhava como professora do ensino básico, e com apenas um mês de férias, era esse o tempo disponível para partir. Em Angola trabalhou com a Sociedade Missionária Boa Nova e com as Escravas do Coração de Jesus, as primeiras que a acolheram.
A partir daqui, todos os Verões a experiência repetia-se. Durante um mês ia para Luena, a 1300 quilómetros de Luanda, em Angola, para trabalhar nas escolas e a partir daqui surgiu o contacto com os Salesianos.
Não está directamente a dar aulas, mas se assim houver necessidade também o faz, nas áreas do português e matemática. Trabalha directamente com os professores na organização pedagógica da escola. Mas “faço tudo aquilo que é preciso”. Dá aulas aos professores também, sejam eles italianos ou indianos. O importante é levar “o espírito aberto e estar disponível para o que nos pedem”.
O sonho de partir em missão há muito que Ana Laura o sentia, apesar da sua concretização apenas em 2000. Recorda que nesse ano ficou de “tal forma apaixonada pelos missionários” e contagiada pela alegria e forma de estar mostrando enorme dedicação ao povo angolano, “que enfrentam situações muito precárias, leva-me constantemente a querer partir e a levar pessoas comigo”.
Os missionários com quem convive “e que acompanha o crescimento”, os sorrisos e a forma de viver daquele povo, são sempre motivos para voltar. As experiências de um mês são importantes, mas Ana Laura sublinha que ficar mais tempo permite “conhecer e acompanhar o desenvolvimento” de uma forma mais frutífera. “Tenho feito grandes amigos, que todos os anos encontro, constantemente me recordam e partilham situações que vivemos”.
A alegria nas ruas, as crianças a brincarem, confiança que estabelece, a descoberta que faz das pessoas são momentos que Ana Laura guarda e que a leva constantemente a Luena.
São estas as experiências de voluntariado missionário que jovens e menos jovens desejam abraçar. Voluntariado que se transforma em missões interiores.
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